Como eu quase fui enganado ao tentar comprar esse carro

Estava procurando um Honda Fit de primeira geração para comprar. Queria um carro confiável, econômico e espaçoso, e logo me interessei por um modelo anunciado perto de casa.

Tratava-se de um Fit EX 1.5, 2008, que, segundo o dono, nunca tinha sido batido, tinha pintura original, estava sem detalhes, com lindos bancos de couro superconservados e uma estética impecável para o ano. Tudo isso por apenas R$ 23.000.

Fiquei empolgado e marquei para ver o carro. Cheguei um pouco antes e aproveitei para inspecionar a parte externa. Encontrei alguns sinais de repintura, mas nada alarmante. Até aí, tudo certo!

O test-drive foi excelente. O carro rodava macio, sem ruídos estranhos. Tudo funcionava perfeitamente: vidros elétricos, ar-condicionado gelando, direção leve. Já estava praticamente decidido a levar o carro, só queria negociar o preço e levá-lo a um mecânico antes de fechar negócio.

Mas aí começou a história estranha.

Pedi para ligar o carro novamente para testar o som, e o dono hesitou um pouco antes de me entregar a chave. Achei estranho, mas insisti. Quando girei a chave na ignição, nada aconteceu. O carro não dava sinal de vida. Tentamos algumas vezes, e só funcionou com uma chupeta.

— “Pode ser só a bateria fraca”, pensei. Acontece, né?

Mas aquela pulga atrás da orelha já estava ali. Resolvi olhar o carro com mais atenção.

Comecei a notar alguns detalhes preocupantes: • Pequenas áreas de ferrugem no porta-malas e nas dobradiças das portas. • Parafusos e fiações soltas, como se o carro tivesse sido desmontado e remontado. • Sinais de umidade estranhos no painel, como se tivesse secado água ali dentro.

A essa altura, já estava 90% convencido de que aquele carro tinha passado por algo sério.

Então, ao levantar o carpete do porta-malas, achei uma camada fina de areia grudada na lataria.

Meu coração acelerou.

Continuei investigando e, ao abrir a tampa do estepe, o cheiro era forte, uma mistura de ferrugem e mofo.

Foi aí que a ficha caiu.

Aquele carro tinha caído na água ou enchente.

Conectei os pontos: ferrugem em lugares suspeitos, umidade interna, cheiro estranho, sinais de desmontagem e falhas elétricas. Com certeza, aquele Fit tinha sido vítima de uma enchente ou, pior, tinha caído em um rio e depois passado por uma “restauração” para ser vendido.

Olhei para o dono e perguntei, na cara dura:

— Esse carro já pegou enchente ou caiu na água?

O homem hesitou, gaguejou e soltou um nervoso:

— Ah… teve um negócio aí, mas nada demais…

Agradeci, devolvi a chave e fui embora. Por pouco não entrei numa furada gigante!

Estava procurando um Honda Fit de primeira geração para comprar. Queria um carro confiável, econômico e espaçoso, e logo me interessei por um modelo anunciado perto de casa.

Tratava-se de um Fit EX 1.5, 2008, que, segundo o dono, nunca tinha sido batido, tinha pintura original, estava sem detalhes, com lindos bancos de couro superconservados e uma estética impecável para o ano. Tudo isso por apenas R$ 23.000.

Fiquei empolgado e marquei para ver o carro. Cheguei um pouco antes e aproveitei para inspecionar a parte externa. Encontrei alguns sinais de repintura, mas nada alarmante. Até aí, tudo certo!

O test-drive foi excelente. O carro rodava macio, sem ruídos estranhos. Tudo funcionava perfeitamente: vidros elétricos, ar-condicionado gelando, direção leve. Já estava praticamente decidido a levar o carro, só queria negociar o preço e levá-lo a um mecânico antes de fechar negócio.

Mas aí começou a história estranha.

Pedi para ligar o carro novamente para testar o som, e o dono hesitou um pouco antes de me entregar a chave. Achei estranho, mas insisti. Quando girei a chave na ignição, nada aconteceu. O carro não dava sinal de vida. Tentamos algumas vezes, e só funcionou com uma chupeta.

— “Pode ser só a bateria fraca”, pensei. Acontece, né?

Mas aquela pulga atrás da orelha já estava ali. Resolvi olhar o carro com mais atenção.

Comecei a notar alguns detalhes preocupantes: • Pequenas áreas de ferrugem no porta-malas e nas dobradiças das portas. • Parafusos e fiações soltas, como se o carro tivesse sido desmontado e remontado. • Sinais de umidade estranhos no painel, como se tivesse secado água ali dentro.

A essa altura, já estava 90% convencido de que aquele carro tinha passado por algo sério.

Então, ao levantar o carpete do porta-malas, achei uma camada fina de areia grudada na lataria.

Meu coração acelerou.

Continuei investigando e, ao abrir a tampa do estepe, o cheiro era forte, uma mistura de ferrugem e mofo.

Foi aí que a ficha caiu.

Aquele carro tinha caído na água ou enchente.

Conectei os pontos: ferrugem em lugares suspeitos, umidade interna, cheiro estranho, sinais de desmontagem e falhas elétricas. Com certeza, aquele Fit tinha sido vítima de uma enchente ou, pior, tinha caído em um rio e depois passado por uma “restauração” para ser vendido.

Olhei para o dono e perguntei, na cara dura:

— Esse carro já pegou enchente ou caiu na água?

O homem hesitou, gaguejou e soltou um nervoso:

— Ah… teve um negócio aí, mas nada demais…

Agradeci, devolvi a chave e fui embora. Por pouco não entrei numa furada gigante!