meu namorado é um psicopata?

oiii gente, tenho 18 anos e sou mulher, estou com um problemão em meu relacionamento e queria a opinião de vcs. Meu namorado tem 18 anos também e nos conhecemos há 1 ano, acontece que de uns tempo pra cá algo tem me incomodado, ele gosta de ver GORE (conteúdos muito pesados de mortes reais), eu acho isso muito muito estranho e briguei com eles algumas vezes pra tentar entender qual a razão de ele gostar desse tipo de conteúdo, ele sempre diz que é pra diminuir a sensibilidade, n ter traumas futuros e simplesmente gostar e diz que eu n iria entender.

Toda essa situação tem me deixado muito mal e com medo dele, acho completamente repugnante essa prática, acho coisa de maluco e doente mental. Vocês acham que eu deveria me preocupar se ele fantasia tudo isso e que pode ser um perigo pra mim? eu n sei mais o que fazer e isso tem atrapalhado os meus estudos e minha rotina. Fico em dúvida se ele tem algum problema ou se tem uma depressão super agravada e busca dopamina em tudo como já mostrou outras vezes.

Vou no psicólogo semana que vem pra tentar resolver essa questão, mas gostaria de saber a opinião de vcs S2.

obs: nosso relacionamento é bom, só isso que me incomoda.

Atualização depois de quase 2 anos ou mais de 2 anos, não sei ao certo.
28 de maio de 2024

Oiê galera, quanto tempo, não lembrava mais dessa conta. Bom, atualmente o meu relacionamento acabou faz cerca de 3 meses, vou contar tudo o que aconteceu porque isso pode servir de alerta para vocês.

O K (inicial do meu ex) chegou na minha vida e no início deu tudo certo. Fui eu quem chegou nele, mas ele retribuiu e eventualmente começamos a namorar. No início, era tudo lindo e maravilhoso; eu realmente achei que tinha encontrado aquela pessoa (ele foi o meu primeiro namorado). Eu diria que esse relato anterior foi a minha intuição tentando dizer que havia algo de muito errado nessa história.

Bom, depois dessa minha primeira desconfiança, deixei para lá. Não falamos mais no assunto e o relacionamento seguiu normal (fui a psicóloga, mas não falamos muito sobre isso e ela não comentou nada, acho que deve ter me achado paranoica kkkk). Fui descobrindo coisas sobre o passado dele, o K me contou que já tinha tentado se m4tar e que tinha muitos sintomas depressivos. Eu, por ser sua namorada, queria poder ajudá-lo. Tentei convencê-lo a ir ao psicólogo, mas não consegui.

Depois de um tempo, fui percebendo que ele começou a mudar, parecia que não estava bem (acho que era isso que ele queria passar mesmo). As supostas crises depressivas estavam cada vez mais fortes e presentes. Ele já não me ligava como antes, não saíamos tanto e, às vezes, ficava sem falar comigo dizendo que não estava bem. As coisas começaram a desandar há uns 10 meses, eu me sentia desprezada, mas ele parecia estar acabado, passava dias sem falar comigo e, quando voltava, pedia desculpas e dizia que estava na pior e queria se m4tar (desenvolvi ansiedade durante esse período).

Foi no nosso aniversário de 2 anos de relacionamento (30 de novembro) que tudo desmoronou, ele já não me tratava mais como antes. Eu estava pensando o que fazer, já que não sentia reciprocidade. No nosso aniversário, levei um bolo para comemorarmos e um presente, mas ele não tinha nada para mim. Fiquei revoltada pela falta de consideração e briguei com ele, disse tudo o que estava sentindo, K chorou e me pediu perdão, dizendo que era o pior namorado do mundo e que não valia nada, se vitimizou e disse que já tinha feito muito continuando vivo.

Fui embora e ficamos 28 dias sem nos falar. Eu me culpava, chorei muito pensando que a culpa era minha por ele ter se recusado a falar comigo por todo esse tempo (mesmo sabendo o quanto me esforcei por ele), liguei, mandei mensagens e nada. Fui à psicóloga para tentar achar uma solução, ela ficou comovida pela história dele (mãe alcoólatra, foi criado pela tia, irmãos espalhados pelo Brasil sem saber quem são, o pai morreu antes dele nascer e foi estupr5d7 por uma irmã) e me aconselhou a levá-lo a uma consulta e falar com sua família. Então fui à casa dele, no qual parecia estar mal com tudo isso, dizendo que não queria me responder por achar que ele não me merecia. Chorou e me pediu perdão. Naquele ponto, eu já não queria tudo aquilo, mas tinha tanto medo do que ele poderia fazer consigo mesmo e no sofrimento dele que só queria ajudá-lo naquele momento.

Ele foi à psicóloga, gostou e disse que voltaria, mas mesmo assim ainda me desprezava. Comecei a pesquisar na internet para entender por que o meu relacionamento era assim. Coloquei os comportamentos e apareceram vídeos sobre ciclos de relacionamentos abusivos. Foi aí que entendi o que estava acontecendo, todas as red flags, todas as vezes que ele acabava com a minha autoestima, o quanto me manipulava. Lógico que pesquisei muito a respeito, narcisistas não são apenas os grandiosos, mas também os vulneráveis (o tipo que ele se encaixa) e se caracterizam pela ausência ou pouca empatia. Eu era muito leiga nesses assuntos, como podem perceber no post anterior. Pensava que o único perigo era que ele fosse um psicopata, mas de acordo com o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), descobri a classe B, os quais incluem: borderline, narcisistas, histriônicos, antissociais. Pesquisei muito e ele tem fortes traços de personalidade narcisista e borderline (o que pode coexistir em uma mesma pessoa, tendo um predominante). Na verdade, é difícil encontrar um que seja só narcisista ou só antissocial. Geralmente, eles compartilham traços entre si, creio que ele se ferrou tanto na infância que acabou desenvolvendo o narcisismo. Após isso, falei com minha psicóloga e ela concordou com a minha análise.

Depois desse choque de realidade, foi difícil compreender. Eu estava muito confusa, o que também é uma característica da vítima, chamada de dissonância cognitiva. Depois disso, eu sabia o que tinha que fazer: terminar! Mas não podia fazer isso de qualquer maneira. Eu sabia o quanto ele ia me manipular dizendo que ia se matar e que me amava, e eu também tinha medo de ele cometer suic9d5o. Pedi um tempo para saber como ele reagiria e se estava realmente certa. Foi aí que ele começou a dizer que me amava e queria voltar, eu não respondi, ele sempre fazia isso comigo. Depois disso, foi como se pudesse prever todos os movimentos dele que fazem parte do relacionamento com narcisistas. Logo, descobri que ele estava me traindo, falei com a menina e ela não sabia que ele namorava. Eu terminei com ele por mensagem e bloqueei, o K me ligou várias vezes e não atendi. Essa parte foi muito dolorosa para mim, nunca pensei que ele iria me trair, ele era da igreja e sabia do meu trauma em relação à traição da minha mãe com meu pai, e sempre concordou comigo sobre a questão.

Depois disso, descobri por uns boatos que ele provavelmente me traiu durante todo o relacionamento, e não só isso, como havia uma garota antes de mim com a mesma história, só que comigo foi pior. Agora sigo a minha vida em busca de passar na faculdade, esse último ano foi horrível para a minha ansiedade e agradeço por não ter desenvolvido algo pior, mas acho que estou com sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, minha ansiedade ataca e ainda tenho muitos pesadelos com ele. Ele tentou me procurar depois com a mesma conversa de sempre, mas eu ignorei, e aí descobri que ele já estava namorando depois de 1 mês e 10 dias depois do término e me procurou dizendo que me amava mesmo já estando com outra pessoa. Sinto pena dela, mas não acho que ela vai acreditar se eu avisar.

Só quero superar tudo isso e espero conseguir passar para medicina. Não quero me colocar no lugar de vítima. Apesar disso, eu não consigo mais confiar nas pessoas, Já foi muito difícil quando a minha mãe traiu meu pai, e me trair era a pior coisa que ele poderia fazer comigo, mas creio que vou sair dessa e conquistar meus sonhos. Espero que sirva de alerta, eu já sabia que tinha algo de errado desde o começo, mas não sabia o que era e ignorei. Por favor, nunca duvidem da sua voz interior.

É isso, espero que tenham gostado do relato. Obrigada por ter lido até aqui S2.